Economia
Federaminas realiza pesquisa sobre a sobrevivência das empresas de Minas Gerais em função das paralisação do comércio provocada pela pandemia do Covid-19

A Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais (Federaminas), que representar cerca de 300 entidades no Estado, entre elas a Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF), divulgou uma pesquisa sobre a sustentabilidade das empresas mineiras durante a crise do coronavírus.
A pesquisa foi motivada pela decisão do Governo do Estado em restringir as atividades do comércio e tem o objetivo de averiguar a real dificuldade dos empresários em manter a rentabilidade e os empregos diante do cenário atual. Para isso, foram questionados três aspectos: quantos funcionários a empresa possui; quanto tempo o capital da empresa permite que ela fique fechada sem quebrar e qual o faturamento anual. Com estes três dados foi possível cruzar as informações e saber a projeção de desemprego e a possibilidade de falência caso o período de quarentena seja estendido.
Entre os dias 27 e 30 de março, através de uma testagem aleatória simples, 1.066 empresas, de 173 cidades, responderam ao questionário da pesquisa online. Tratam-se de empresas de micro e pequeno porte dos seguintes segmentos: comércio (56,8%), serviços (40,1%) e indústria (3,1%).
Com nível de confiança de 95% e margem de erro de 3%, a pesquisa constatou que: 21,6 % das empresas devem fechar suas portas até essa segunda-feira (06); 34,2 % das empresas participantes deverão fechar suas portas caso a quarentena não termine até o dia 15 de abril e somente 29,3% aguentariam até o dia 30 de abril.
No final do dia 15 de abril, caso as atividades não sejam retomadas, a pesquisa apontou um total de 3.621.698 desempregados em Minas Gerais. A pesquisa ainda deixa claro que as empresas não têm capital para sobreviverem caso a crise de arraste e não seja realizada medidas de apoio efetivas para a retomada do comércio.
Confira a pesquisa completa aqui.
A pesquisa foi realizada pela empresa “Marcos Fábio - Gestão, Desenvolvimento e Empreendedorismo”.
Situação do comércio em Juiz de Fora
Nesta segunda-feira, 06, a entidade participou de uma reunião com o prefeito Antônio Almas para tratar da flexibilização das medidas que resultaram no fechamento do comércio. Para embasar as questões tratadas, o presidente da ACEJF, o empresário Aloísio José de Vasconcelos Barbosa, entregou em mãos a pesquisa encomenda pela Federaminas. O prefeito assumiu o compromisso de avaliar as propostas apresentadas e deverá participar de uma nova reunião com a presença de outras entidades que representam a classe empresarial na cidade no início da próxima semana. Essa será uma reunião extra, portanto, não exclui as reuniões pré-agendadas entre o poder executivo e as entidades de classe e que acontece às quartas-feiras.
Segundo presidente da ACEJF, o empresário Aloísio José de Vasconcelos Barbosa, a pandemia poderia entendida como uma guerra. "Nós entendemos que essa pandemia é uma guerra. A faixa de risco precisa estar em casa protegida, mas os outros precisam ir para a guerra, se não nós já a perdemos. Claro que quando pedimos o retorno das atividades estamos falando de uma retomada gradual, com planejamento, com bom senso, critério e avaliando o cenário. Seria uma irresponsabilidade nossa forçar o retorno". O presidente ainda enfatiza a importância de criar estudos para nortear as ações.