Juiz de Fora deve receber R$ 2 bilhões em investimentos em energia solar e biomassa

quinta, 22 de maio de 2025

Com fortalecimento do setor, cidade tem potencial para se colocar em uma posição de vanguarda na transição energética brasileira

Repórter Leonardo Morais via Diário do Comércio.

Juiz de Fora, na Zona da Mata, se articula para ocupar um papel de destaque na transição energética brasileira. Até 2026, a cidade deve receber cerca de R$ 2 bilhões em investimentos a partir de projetos de energia solar e biomassa nos distritos industriais locais.

Em destaque, está a construção de uma usina de biomassa, com início de implementação previsto para janeiro do próximo ano. O projeto é de uma empresa nacional ainda não revelada em um pool com empresas europeia e norte-americana. As informações foram divulgadas pelo secretário de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade de Juiz de Fora, Ignacio Delgado.

Também na cadeia da transição energética, o município projeta a consolidação da produção de placas fotovoltaicas pela MTR-Arcol, que já opera em algumas etapas no distrito industrial. O espaço, viabilizado em parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora, busca ampliar a capacidade de produção de equipamentos para energia solar.

Segundo Delgado, o município segue em negociações avançadas na área de novas energias, com destaque para a biomassa, já que a floresta nas proximidades são consideradas insumos importantes para a produção de energia e para redução da emissão de carbono. “É um potencial brasileiro pouco explorado. Além das vantagens logísticas, com o fortalecimento desse setor, a cidade tem todo o potencial se colocar em uma posição de vanguarda na transição energética”, avalia.

Somado aos investimentos previstos, a Prefeitura de Juiz de Fora já trabalha para a implantação de uma usina para reaproveitamento de resíduos na produção de combustível e energia. Com conclusão prevista para 2027, a usina será instalada em um terreno de 16 mil metros quadrados (m²), localizado nas proximidades da BR-040 e terá capacidade para processar até 100 toneladas diárias de resíduos.

Parte dos investimentos foi obtida no pacote do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) articulado pela Câmara Municipal. “É uma virada de chave completa para o Brasil inteiro. Boa parte das cidades ainda enterram lixo e poder utilizá-lo para a produção de energia e combustível, fortalece a economia circular e colabora para a transição energética e na mudança dos padrões econômicos”, reforça Delgado.

Além do setor de energia, outros segmentos, como saúde e tecnologia da informação (TI), também se despontam como promissores na região. “Juiz de Fora tem uma estrutura industrial muito heterogênea, somos o berço da industrialização mineira. A partir da década de 30, a cidade buscou alternativas na atração de investimentos e hoje temos vigorosos setores distribuído pela cidade”, acrescenta o secretário.

Para atender às oportunidades de negócio do município, o distrito industrial, localizado na Zona Norte de Juiz de Fora, está em processo de revitalização, com 50% das etapas concluídas. Nos últimos anos, as áreas passaram por consideráveis intervenções, como na drenagem e qualificação das vias, recapeamento e asfaltamento.

“Daqui pra frente, pretendemos completar o processo de requalificação das vias restantes, que envolvem áreas onde estão empresas de porte relevante, além de obras de drenagem e da construção da quinta adutora do município”, destaca o secretário.

Apesar do foco em inovação, Delgado reforça a importância de estimular também vocações já consolidadas na cidade, como os setores têxtil confeccionista e alimentício, além da indústria metal-mecânica. “São setores estratégicos e não podemos desconhecer essas vocações. Queremos mostrar que a cidade é um porto seguro não só para atração de investimentos, mas também para potencializar as empresas já instaladas em Juiz de Fora”, analisa.

 

Cidade se consolida como “terreno fértil” para negócios

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF), Aloísio Vasconcelos , ressalta que os avanços na atração e consolidação nas empresas são fruto de múltiplos esforços realizados em Juiz de Fora ao longo dos últimos anos. “A desburocratização, agilidade e simplificação realizada pela atual gestão da secretaria de desenvolvimento têm favorecido o ambiente de negócios no município”, destaca.

Nos últimos quatro anos, foram criadas 52 mil empresas na cidade e o tempo de abertura, que era de 38 horas, foi reduzido para nove horas. Com o estímulo de negócios, o Imposto sobre Serviços (ISS) ultrapassou o Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) em arrecadação e o crescimento do emprego na cidade foi superior à média nacional e estadual.

“Os setores de serviços na área de educação, energia, saúde, startups, tecnologia da informação, encontram em Juiz de Fora um terreno fértil. Além de diversas universidades, contamos com parque tecnológico, porto seco, localização privilegiada e um vasto modal de transportes, tanto rodoviário, quanto ferroviário e aeroportuário”, pontua Barbosa.

 

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