Missão Empresarial destaca museus e valoriza o Centro Histórico de Juiz de Fora

sexta, 23 de maio de 2025

Em meio ao calçadão da Rua Halfeld, entre os prédios históricos e a estação de trem que guardam a memória da antiga “Manchester Mineira”, a Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF) realizou na última quarta-feira, 21, uma Missão Empresarial que visitou dois importantes equipamentos culturais: o Museu Ferroviário e o Museu do Crédito Real. A proposta foi evidenciar o valor cultural que esses espaços possuem e destacar, também, o potencial econômico a ser explorado.

A iniciativa reuniu empresários e representantes do poder público municipal em uma caminhada que uniu história e desenvolvimento. O percurso começou pelo Museu Ferroviário, instalado na tradicional “Praça da Estação”, local símbolo da chegada do progresso em Juiz de Fora. Hoje sob responsabilidade da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o espaço tem se mantido ativo como referência da memória ferroviária na cidade.

Na sequência, o grupo se dirigiu ao Museu do Crédito Real, sediado no imponente edifício da antiga instituição bancária, na esquina das avenidas Getúlio Vargas com a Rua Halfeld, antigamente conhecida por “esquina dos poderes” por abrigar outros dois importantes bancos e um hotel. O Museu do Crédito Real preserva a trajetória de um banco pioneiro no Brasil Império, fundado em 1889 e que reflete a economia cafeeira e industrial da região na época. O acervo inclui 82 mil documentos e mais de 5 mil itens entre mobiliário, peças raras e uma linha do tempo que retrata as mudanças da moeda nacional. Além disso, o prédio sedia atividades de dezenas de instituições culturais.

Ambos os museus representam momentos decisivos da história econômica de Juiz de Fora: a ferrovia como símbolo da chegada do progresso e o banco como sinal da mentalidade corajosa e empreendedora da região. A sede da ACEJF, localizada na Praça da Estação, também integra esse contexto e tem sua trajetória estreitamente ligada ao desenvolvimento da cidade. A ACEJF, berço do associativismo empresarial mineiro, é a mais antiga entidade empresarial de Minas Gerais, fundada em 1896 por comerciantes, industriais e agricultores.

O diretor do Museu do Crédito Real e também historiador, Roberto Dilly, ressalta que “nessa época pouquíssimas capitais brasileiras possuíam bancos e Juiz de Fora, embora não fosse capital, foi pioneira nessa atividade em Minas Gerais, pois o município, além de se destacar pelo seu imenso índice de desenvolvimento econômico e por sua altíssima produção industrial e agrícola, também era a primeira cidade em arrecadação fiscal no território mineiro”.

ACEJF defende mudança do Museu do Crédito Real para o térreo e reforça compromisso com o Centro Histórico

A Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF) tem atuado fortemente, e em conjunto com o Museu do Crédito Real, em prol da preservação da memória local.  Atualmente o museu ocupa o primeiro andar do prédio localizado na Av. Getúlio Vargas, 455, Centro. A entidade abraçou a bandeira que propõe a transferência do museu para o térreo do prédio. A medida ampliaria sua visibilidade, facilitaria o acesso do público e valorizaria ainda mais o espaço como patrimônio cultural da cidade.

 Além disso, o novo espaço possibilitará a exposição de peças atualmente fora do acervo exibido, ampliando o conhecimento sobre a história do crédito na cidade. A iniciativa também integra o esforço pela valorização do centro de Juiz de Fora, que recentemente foi denominado como Centro Histórico. 

Durante sua fala de apresentação no Museu do Crédito Real, o presidente da ACEJF, Aloísio Vasconcelos, destacou a importância da mudança do Museu do Crédito Real para a antiga agência pioneira no térreo, que também é propriedade do governo mineiro. De acordo com o presidente, “a cultura atrai o turismo, que movimenta toda a cadeia produtiva do comércio, indústria e serviços”.

Juiz de Fora sempre teve uma vocação natural para o turismo cultural de negócios e eventos. “Estou otimista de que o dinamismo, a competência, a sensibilidade e a visão estratégica do nosso secretário estadual de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, que tem sido um grande parceiro na restauração de nossa sede histórica, irá nos apoiar também neste pleito”, completa Vasconcelos. 

O secretário municipal de Turismo, Eduardo Crochet, também presente na visita, destacou que “o centro histórico é o centro da produção cultural da cidade. É claro que a cidade, ela pulsa cultura por todos os lados. Mas no centro histórico se desenvolveu toda a política, a economia da cidade e também a cultura. Nós tínhamos ali grandes salões, espaços culturais, teatros. Então, quando a gente retoma a preservação do centro histórico, é para poder contar toda essa história”. 

Ainda segundo Crochet, valorizar esses espaços é estratégico e irá impactar positivamente vários setores como, por exemplo, economia, segurança pública e bem estar social: “E a visitação a pé tem sido uma das grandes tendências do turismo internacional. O turista chega num lugar e quer, andando a pé, conhecer várias coisas. E isso o nosso centro histórico permite. Então, isso vai ter um impacto muito grande, não só na atração do turista, e também na nossa economia”.


O presidente da ACEJF, Aloísio Vasconcelos, ao final da missão, reforçou o compromisso da entidade com a preservação da memória empresarial e a promoção da cultura como uma ferramenta de desenvolvimento socioeconômico. “O Centro Histórico tem um papel essencial na economia da cidade. A cultura atrai movimento, gera curiosidade, valoriza o comércio local. Nosso trabalho é mostrar como tudo isso está interligado.”


Para o presidente, a missão empresarial propôs um olhar coletivo sobre objetivos comuns. A cidade já possui equipamentos relevantes e uma história rica.“Agora, é necessário unir forças para garantir a promoção e exploração desses equipamentos com a finalidade de movimentar a economia local e preservar e acelerar nossa cultura e turismo”.

Outra proposta que promete beneficiar o setor cultural também foi apresentada pelo presidente da ACEJF. Segundo Vasconcelos, os museus da cidade deveriam abrir ao menos uma vez por mês no período noturno, criando uma nova dinâmica de circulação de pessoas na cidade.

Listas dos museus de Juiz de Fora

Memorial da República Presidente Itamar Franco
Museu de Arte Moderna Murilo Mendes
Museu do Crédito Real
Museu Ferroviário
Museu Mariano Procópio
Museu da Cultura Popular - Fórum da Cultura
Museu da Farmácia Professor Lucas Marques do Amaral da UFJF
Museu da Santa Casa de Juiz de Fora
Museu de Arqueologia e Etnologia Americana
Museu de Malacologia Prof. Maury Pinto de Oliveira
Museu de Moda Social
Museu Dinâmico de Ciência e Tecnologia
Museu Universitário Academia
Museu Usina de Marmelos Zero

 

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